Crítica de séries: 3%
- daniloth3dan
- 1 de dez. de 2016
- 3 min de leitura
Todo mundo já deve ter visto a nova série brasileira, original da Netflix!?
O que quero fazer aqui é dar minhã opinião concreta com base no roteiro dessa produção.
A historia gira em torno de jovens de 20 anos de idade que terão que enfrentar vários desafios para passar da pobreza do continente, para a riqueza do Maralto e esses serão apenas os três por cento deles.
Desde o lançamento do piloto no YouTube em 2011 essa produção original da Netflix vem sendo esperada ansiosamente.
A ideia de 3%, ainda que um pouco atrasada - a era das distopias com divisão de classe na ficção já está passando - é fascinante. Todo ano, jovens que tem 20 anos de idade participam de um processo onde apenas 3% são selecionados para viver num paraíso avançado no meio do mar. Acompanhar os testes aplicados por Ezequiel (João Miguel) que decidem se Michele (Bianca Comparato), Fernando (Michel Gomes), Joana (Vaneza Oliveira), Rafael (Rodolfo Valente), Marco (Rafael Lozano) e tantos outros são dignos de uma vida melhor e o formato Netflix de disponibilizar todos os episódios de uma vez beneficia a série, pois todos querem saber quem irão passar, quem são os 3%.
Só que existem muitos erros na execução, com um roteiro muito básico, a historia funciona em um nível básico. A narrativa levanta e aborda temas importantes, mas que não é conduzida de forma inteligente e apresenta vários furos no enredo que se mostra inconsistente tanto na apresentação da mitologia deste mundo quanto na construção dos personagens, que às vezes parecem mudar de personalidade. A muitos questionamentos sem respostas, impedindo nossa imersão no que esta acontecendo na série.
Há diversas decisões, tanto na trama quanto nos personagens em si, que não fazem sentido quando analisadas a fundo. A forma como os funcionários do Maralto conduzem os testes não parece ter nenhuma lógica, e as escolhas que eles fazem para determinar se uma pessoa tem o mérito para viver no lado bom da vida raramente são consistentes com as filosofias e a suposta superioridade que "o lado de lá" tem.
O maior problema, esta na construção do mundo, muitas vezes eles falam que o Continente é um lugar ruim de se viver e que o Maralto é o lugar ideal, mas isso de fato nunca é mostrado. Por mais que a qualidade dos detalhes interessantes no figurino e mitologia do mundo em que se passa a sere nunca chega a uma conclusão. Uma das regras mais antigas da construção de narrativas é que é sempre melhor mostrar, não falar.
Isso faz com que a adoração das pessoas pelo Maralto, não tenha muito sentido, pois com a quebra da premissa, restam os personagens. As motivações pessoais da maioria dos protagonistas faz sentido.
Quando o dialogo requer uma intensidade maior, há uma dificuldade nos atores em demostrar as emoções. O elenco de 3% não consegue convencer sempre que uma cena demanda mais nuância emocional. sendo assim, fica dificil se emocionar quando essas emoções não são demostradas.
Isso não significa que todas as atuações são sempre ruins. Os personagens mais interessantes da série, cuja a atuação são maiores, por exemplo, têm bons momentos, especialmente na reta final da temporada, mas o nível geral não é alto.
Ao fim de tudo, a qualidade de 3% acaba sufocada por uma quantidade maior de defeitos. A série tem ótimas ideias, acompanhar os testes é interessante, e esse é um tipo de narrativa que funciona bem nas maratonas da Netflix. Mas as inconsistências e furos do roteiro, a falta de construção do mundo e os problemas de atuação prejudicam demais o produto final, nos deixando muito tristes e fazendo a gente pensar que essa produção não é uma grande produção, como várias outras realizadas pela Netflix.
Assistam e vejam se a opinião de vocês se parece com a minha!!!!

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