Minha opinião sobre os filmes indicados ao Oscar 2017 na categoria de Melhor Filme.
- daniloth3dan
- 24 de fev. de 2017
- 10 min de leitura

As indicações de ''Melhor Filme'' são:
A Chegada
Até o Último Homem
Estrelas Além do Tempo
Lion: Uma Jornada para Casa
Moonlight: Sob a Luz do Luar
Um Limite Entre Nós
A Qualquer Custo
La La Land: Cantando Estações
Manchester à Beira-Mar

O filme A chegada (Arrival) pode até parecer com outro filme do gênero de ficção cientifica, mas não é bem assim, pois o diretor canadense Denis Villeneuve com sua sensível visão dá ao filme uma qualidade clássica, do tipo que honra a categoria.
O filme se trata de doze naves ovais escuras que pairaram do nada sobre o planeta Terra, em determinados pontos e a partir dessa premissa começou muita confusão e pânico entre a população. Enquanto isso o governo tenta achar maneiras de se comunicar com essa força invasora.
Amy Adams e Jeremy Renner vivema dupla de especialista em comunicação convocada para decifrar a fala e a escrita dos alienígenas
A Chegada mostra-se como um filme seleto, que poucos outros filmes de ficção são. Pois mostra a beleza da linguagem entre dois povos e brinca mostrando que os aliens não percebem o tempo da mesma forma humana, debatendo o0 que significa ser humano em meio ao desconhecido.

O longa Até o Último Homem (Hacksaw Ridge) é baseado na história real de Desmond T. Doss (Andrew Garfield), o primeiro objetor [alguém que reivindica o direito de recusar o serviço militar] de consciência na história dos EUA a receber a Medalha de Honra do Congresso. Doss foi um médico do Exército dos EUA que serviu na Segunda Guerra Mundial, durante a Batalha de Okinawa e se recusou a matar. O Presidente Truman concedeu-lhe a Medalha de Honra por salvar tantas vidas.
Um filme de guerra, não pode apenas transmitir o horror e a matança contidas nesse período. Mas, sim mostrar o heroísmo de muitos homens que doaram suas vidas para defender a sua nação. O objetivo de Gibson foi claramente mostrar isso. Do ponto de vista do discurso, Gibson faz aqui uma defesa de suas crenças: o isolamento do indivíduo moralmente correto, o sacrifício pessoal como uma opção mas acima de tudo como uma condição incontornável para a redenção, a obsessão com o registro graficamente ostensivo da capacidade que o homem tem de produzir a morte. Se no épico bíblico de Gibson essa combinação gerava um relato fundamentalista que beirava o sadismo, porém, em Até o Último Homem o diretor parece encontrar o veículo ideal para transformar seus dogmas numa narrativa edificante e de fato libertadora.
Eu achei a fotografia do filme muito boa. Eu colocaria para concorrer ao Oscar nessa categoria também.
A Andrew Garfield, que concorre ao Oscar por sua competência mas especialmente por sua entrega física e emocional ao papel.
Na minha cabeça ficou gravado a frase que Doss sempre dizia: Por favor Deus, me ajude a salvar mais um!

Entre as décadas de 50 e 60 a corrida espacial já era uma realidade na NASA, uma vez que a União Soviética já começava a lançar seus primeiros satélites, enquanto os EUA tinham alguns problemas de lançamento. Nessa época, a Agência Espacial Americana tinha os chamados “computadores humanos”, mulheres negras que eram contratadas para fazerem os cálculos e análises de trajetórias. Estrelas Além do Tempo, filme dirigido e escrito por Theodore Melfi, conta a história de três dessas mulheres que fizeram a diferença, venceram preconceitos e hoje são reconhecidas pelos seus feitos: Katherine G. Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughan (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe).
Estrelas Além do Tempo, para mim se destaca ao não apostar no vitimismo de suas protagonistas. Seria muito fácil, com uma história assim, ficar no sofrimento do preconceito. Ao invés disso, a trama mostra que cada derrota faz com que elas tenham mais vontade de lutar, mais vontade de serem aceitas, mais vontade de verem seu trabalho dar certo. E lembrar que tudo isso é baseado em uma história real só torna essas atitudes ainda mais admiráveis.
Pessoas que mudaram a historia e não só isso, escreveram um capitulo a mais, isso é bem relatado nesse filme. Além das três atrizes darem um show na atuação.
Estrelas além do tempo é um dos filmes com mais indicações ao Oscar, porque será, né?

Por ser um estreante, o diretor Garth Davis, não ficou pra trás na direção desse longa, que foi regido maravilhosamente bem. O roteiro foi adaptado do livro do próprio Saroo, que é mostrado no filme aos cinco e 20 anos.
Saroo é uma das 80 mil crianças que desaparecem por ano na Índia. Depois de meses nas ruas, tentando voltar para casa, o garoto é levado a um orfanato - e de lá é adotado por uma casal australiano. Vinte anos se passam e, depois de uma epifania, ele começa a árdua procura pela sua origem, usando o Google Earth. Só que Saroo não tem qualquer ideia de onde veio e sabe apenas o número de dias que passou em um trem em direção a Calcutá, além de algumas imagens esparsas na memória.
O ator mirim indiano Sunny Pawar encanta como o Saroo criança e vende a história com talento nato. Dev Patel,vive o protagonista adulto, em performance emocionante (a cena da epifania já vale o filme), ao lado de Nicole Kidman e David Wenham, que fazem seus pais adotivos.
A bela fotografia de Greig Fraser foi o que me deixou enlouquecido, ele registra sem preconceitos as favelas indianas ou a costa australiana - os dois mundos de Saroo, criando a ligação visual necessária para que tenhamos caos e carinho em cada uma delas, como se vistas através dos olhos do garoto perdido no mundo. Fotografia que concorre ao Oscar.

Moonlight: Sob a luz do luar conta as Crônicas da vida de um jovem negro, desde a infância até a idade adulta, e suas dificuldades para encontrar seu lugar no mundo, enquanto cresce em um subúrbio de Miami.
Dirigido pelo cineasta norte americano Barry Jenkins, com roteiro baseado na peça In Moonlight Black Boys Look Blue, de Tarell McCraney.
a história acompanha o jovem Chiron, que passa por três fases em sua vida: na infância, onde descobre uma amizade com o traficante Juan (Mahershala Ali); Na adolescência, onde descobre sua sexualidade no encontro com o amigo Kevin; E na fase adulta, onde tenta se redescobrir após passar dias preso.
Nos três momentos de vida do protagonista, interpretado pelos ótimos atores Alex R. Hibbert (infância), Ashton Sanders (adolescência) e Trevante Rhodes (fase adulta), sua mãe o cerca e o coloca em situações desagradáveis muito por conta de seus vícios incansáveis. Ao longo do tempo, vamos acompanhando o personagem principal, seus dramas e suas certezas em um mundo cheio de obstáculos em busca da felicidade.
O filme é uma grande crítica social. O preconceito e a violência andam lado a lado. O protagonista vive grandes conflitos dentro de si e acaba sendo exposto por conta de toda a dificuldade que possui com sua mãe, que deveria ser seu primeiro ombro amigo.
A forma poética de Chiron entender o amor, que com sua amargura, acaba mexendo com as emocóes dele, tipo quando tem a cena em que ele quebra uma cadeira. A homosexualidade é tratada no filme de forma inteligente. Ele pode vivenciar boas ações sendo realizadas, o que interferiu em sua escolhas.
O roteiro é fanstastico e a direção de se invejar. Alem dos atores realizares com maestria seus papais. Simplismente digno de concorrer ao Oscar.

Parece que os atores tão atacando de diretores e estão acertando nos filmes. Dirigido e protagonizado pelo genial artista Denzel Washington, que concorre ao Oscar de melhor ator ‘Um Limite Entre Nós‘ (Fences) fala sobre a vida de um homem, seus conflitos, suas convicções e suas relações conturbadas e cheias de princípios com sua família.
Baseado na peça homônima de enorme sucesso escrita por August Wilson (que assina o roteiro), e também protagonizada por Denzel nos teatros (papel que lhe rendeu o prestigiado prêmio Tony em 2010), o longa metragem tem momentos de pura poesia que nos faz pensar a cada minuto sobre nossa vida e nossos sonhos nesse imenso mundo cheio de diversidades em que vivemos.
Na trama, ambientado na década de 50 nos Estados Unidos, acompanhamos a trajetória de Troy Maxson (Denzel Washington) um homem analfabeto, que foi preso por anos, e depois trabalhou duro todos os dias para sustentar sua família, de origem humilde, em um bairro familiar norte americano. Frustrado toda vida por não conseguir ter sido um jogador de baseball profissional, com todo o talento que tinha, seu destino lhe reservou outra história e assim ele vive o cotidiano entre um drink e outro, tentando se manter consciente em casa e no relacionamento conturbado que possui com sua mulher Rose Maxson (Viola Davis) e seus dois filhos além de ter que cuidar do irmão Gabriel (Mykelti Williamson), um ex-combatente do exército que voltou com problemas da guerra.
Mesmo falando de assuntos familiares complicados, com a ótica totalmente em cima nas escolhas que o protagonista toma, o filme respira poesia e leveza. As lições que o texto de August Wilson provoca no espectador são inúmeras. As cercas do título fazem total sentido, é o paralelo com Troy que parece ter colocado uma grande proteção em volta de quem os cerca. Mesmo com atitudes impulsivas e seguindo uma regra de disciplina fervorosa, Troy é o retrato de grande parte dos trabalhadores norte americanos de origem humilde na década de 50, esperando por chances que às vezes nunca chegam, lutando contra preconceitos todo dia. Podemos fazer uma analogia com os tempos atuais de crise não só no Brasil mas em boa parte do planeta.
O filme se torna bastante dramático, quando Troy revela a Rose que terá um filho de uma amante.
Denzel e Viola dão show de atuação nesse longa dramático. Além de ser muito bem escrito. Lembrando que Viola Davis também concorre ao Oscar de melhor atriz coadjuvante.

O filme conta a história de dois irmãos. Toby é um homem que segue as regras e, depois de ter se divorciado, tenta dar uma vida melhor para o filho. Já Tanner é um ex-presidiário com personalidade forte.
Toby Howard (Chris Pine) e Tanner Howard (Ben Foster) - que planejam uma série de roubos a uma rede de bancos em um Texas calejado pela recessão. Um tentou seguir o bom caminho, o outro acaba de sair da prisão.
O cenário de faroeste urbano é estabelecido logo nos primeiros momentos, quando o diretor David Mackenzie usa uma coreografada panorâmica para situar os personagens e a paisagem. O mesmo instante determina o ritmo do filme,entre melancolia que é constantemente pausada por explosões de adrenalina. A montagem (que rendeu uma indicação ao Oscar para Jake Roberts) valoriza cada momento.
Do outro lado está a lei. Jeff Bridges (indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante) encarna Marcus Hamilton, um Texas Ranger prestes a se aposentar e disposto a cumprir com o seu dever uma última vez. A todo instante ele lança comentários racistas ao parceiro Alberto Parker (Gil Birmingham), que apenas ri do colega obsoleto.
Hamilton tenta entender a motivação de um “homem bom” como Toby Howard para planejar uma série de roubos, a justificativa é a vingança do homem comum, cansado de trabalhar e ver seu esforço no bolso de outros.

Musical do diretor de Whiplash reverencia antiga Hollywood sem perder de vista o novo público.
Damien Chazelle, diretor do elogiado Whiplash, desafia-se como poucos em La La Land - Cantando Estações. Aos 31 anos, o cineasta, em seu segundo filme com grande distribuição, opta por um longa completamente diferente do esperado dele: um musical.
Apesar de não gostar de filmes musicais, eu assisti e percebi que ensolarado e absurdamente colorido, o musical o tempo todo emprega imagens do passado, registradas nos muros e fachadas de Hollywood, nos cartazes e outdoors da cidade cafona.
Dois românticos que lutam por seu lugar ao sol. Um irascível e purista pianista de jazz (Ryan Gosling) - lembrando a devoção do personagem de J.K. Simmons em Whiplash - e uma atriz (Emma Stone) que trabalha como barista na Warner Bros. enquanto faz seus testes de casting. Ambos cheios de sonhos e presos na difícil fase da vida da construção deles. Dos encontros casuais deles surge uma dose de energia para impulsioná-los na vida adulta.
Emma Stone, em particular, se mostra especialmente eficaz como Mia, encarnando com sensibilidade suas inseguranças, suas paixões, seu idealismo e sua confusão com relação a Sebastian.
La La Land, é o filme mais indicado ao Oscar, tem 14 indicações, só em Melhor Canção Original, concorre com 2 musicas.
"Audition (The Fools Who Dream)" | Música de Justin Hurwitz, canção de Benj Pasek e Justin Paul
"City of Stars" | Música de Justin Hurwitz, canção de Benj Pasek e Justin Paul
Alem de concorrer aos melhores premios: Melhor filme, Melhor diretor Damien Chazelle, Melhor ator Ryan Gosling e Melhor atriz Emma Stone.

Um filme do nova-iorquino Kenneth Lonergan é focado mais em silêncio, no que não pe dito, do que em diálogos e momentos impactantes.
Casey Affleck vive o personagem, um zelador em seu cotidiano monótono e depressivo. Um dia, recebe a notícia do falecimento de seu irmão (Kyle Chandler) e se vê forçado a retornar à cidade que deixou para trás - como uma fuga de sua própria existência - a pequena e litorânea Manchester.
Casey mal abre a boca no filme, em poucos momentos ele fala.
O filme da uma guinada quando ele precisa lidar com o sobrinho, Patrick (Lucas Hedges), garoto atleta, cheio de namoradas e planos.
Michelle Williams, que vive a ex-esposa de Lee, também tem aqui outra oportunidade para mostrar sua boa atuação. Ela aparece bem pouco mas quando aparece. aparece em cenas fortíssimas.
Minha opinião é que são filmes de qualidade, logico, se estão concorrendo ao Oscar, tem que ser né!? A verdade, é que alguns gêneros eu gosto menos e outros eu gosto mais. A responsabilidade de escolher o melhor filme é absurdamente total. Pois a disputa do melhor filme é acirrada. O filme que eu daria o Oscar é o Até o Último Homem (Hacksaw Ridge). Não só pela espetacular direção de Gibson e também não só pela atuação de Andrew Garfield, que diga que foi perfeita e que rendeu a ele a a Gibson a indicação aos oscares de melhor ator e melhor diretor também. A emoção e a verdade contida nesse filme me fizeram observar ele não só como matança e guerra, como qualquer outro desse gênero. O roteiro é divino, não contém nada de ruim, ao contrario só elogios para Randall Wallace e Robert Schenkkan. Não sei se daria o Oscar para fotografia desse filme, mas achei que ele merecia concorrer também nessa categoria. Então devido a toda história, baseada em fatos reais e tudo que disse anteriormente. Meu Oscar vai para Até o Último Homem (Hacksaw Ridge). Pode não ser o que ganhará, mas foi o que eu mais gostei. Mas também torço por Estrelas além do tempo. A atuação de Denzel e Viola em Um Limite Entre Nós(Fences) também é digina de Oscar e que se diga que Denzel foi o diretor do filme.
Vamos conferir o ganhadores no dia 26 de fevereiro de 2017, onde A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas premiará os indicados com o maior prêmios de todos,
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